A Educação é um capricho?


Todos sabemos, ou pelo menos em alguma altura da nossa vida já desabafamos a ideia de que os políticos não merecem a confiança que o povo lhes deposita pelo voto. De facto, essa desconfiança permanente para com algumas "castas" da "fauna" que pulula de oportunismo e de incompetência o viveiro político português, tem alguma razão de ser.
Sabemos que muitos desses seres se encapotam numa arrogância desmedida cujo único objectivo é expor o rudimentar inchaço de ego, e quando lhes cai entre mãos a possibilidade de decidir sobre assuntos que estruturam as bases da sociedade, fazem, como lhe chama o nosso povo, autêntica “borrada”, que é o mesmo que dizer que fazem asneirola numa revelação nua e crua daquilo que é a responsabilidade e o respeito por quem os elegeu.
Noutras situações, não menos frequentes, esses ilustres senhores desfazem e apagam com arrogante petulância a obra do político adversário que o antecedeu, coisa aliás bastante frequente de observar neste país dualizado numa alarmante tenuidade de ideias que ano após ano se impõe como uma espécie de praga de gafanhotos.
E o pior de tudo é que não existe responsabilidade que possa ser reclamada. Decida o senhor Presidente de Câmara, Ministro, Ministério, Secretaria ou afins o que decidirem, por mais obtusas e maléficas que sejam os contornos dessas decisões, o que se impõe e prevalece é a vontade dessas excelências "com pasta". E mesmo mais tarde, quando o fluir do tempo testemunhar os danos causados por tais actos decisórios, essas mesmas excelências esconder-se-ão por detrás da imunidade que está inerente ao exercício do poder político em Portugal.
A recente decisão do actual Ministério da Educação (ME) socialista em reprovar o modelo de ensino para o primeiro ciclo adoptado há poucos anos em Alfândega da Fé, ilustra de forma hilariante esta lamentável falta de rumo que o país atravessa e que parece ter-se instituído como grotesco fado.Na verdade, é difícil de compreender porque é que os serviços técnicos do Ministério da Educação do tempo de Durão Barroso consideraram como um exemplo nacional e de excepção o modelo adoptado em Alfândega da Fé, que integra desde o primeiro ano do básico disciplinas e actividades como o inglês, informática, música e educação física; e agora, passados três anos o Ministério da Educação do Governo de José Sócrates, vem a terreiro defender que este modelo pedagógico é inadequado ao ponto de reprovar em absoluto todo o conteúdo desse projecto educativo.
Este bipolar entendimento do que deve ser a Educação dos nossos filhos é no mínimo preocupante, porque na realidade há questões que não podem ser vistas ou analisadas em função de caprichos políticos, uma vez que é a formação da cidadania e do futuro que está em causa.
Como me poderão explicar a mim e a todos os comuns cidadãos eleitores deste país os motivos pelos quais o Governo Social Democrata de Durão Barroso considerou o modelo de Alfândega como de educação excepcional, e passados três escassos anos o Governo de José Sócrates o considera como inadequado ao ponto de o refutar e de com isso causar incompreensíveis transtornos no arranque do ano lectivo de 2005/2006?
A recente decisão do actual Ministro da Educação em chumbar o projecto educacional que desde alguns anos estava em curso nesta pacata vila nordestina merece uma explicação pública ministerial bem fundamentada tecnicamente, quanto mais não seja para garantir aos pais dos alunos de Alfândega que as suas crianças não são cobaias de projectos educacionais que se alteram ou impõem ao ritmo dos caprichos políticos de quem em determinada altura está no poder. Porque, como é fácil de depreender, a educação é um pilar de sustentabilidade social que não se compadece com o grau de banalidade que alguns emprestam ao exercício dos poderes públicos instituídos pela via democrática.L.P [30-09-2005]
Sabemos que muitos desses seres se encapotam numa arrogância desmedida cujo único objectivo é expor o rudimentar inchaço de ego, e quando lhes cai entre mãos a possibilidade de decidir sobre assuntos que estruturam as bases da sociedade, fazem, como lhe chama o nosso povo, autêntica “borrada”, que é o mesmo que dizer que fazem asneirola numa revelação nua e crua daquilo que é a responsabilidade e o respeito por quem os elegeu.
Noutras situações, não menos frequentes, esses ilustres senhores desfazem e apagam com arrogante petulância a obra do político adversário que o antecedeu, coisa aliás bastante frequente de observar neste país dualizado numa alarmante tenuidade de ideias que ano após ano se impõe como uma espécie de praga de gafanhotos.
E o pior de tudo é que não existe responsabilidade que possa ser reclamada. Decida o senhor Presidente de Câmara, Ministro, Ministério, Secretaria ou afins o que decidirem, por mais obtusas e maléficas que sejam os contornos dessas decisões, o que se impõe e prevalece é a vontade dessas excelências "com pasta". E mesmo mais tarde, quando o fluir do tempo testemunhar os danos causados por tais actos decisórios, essas mesmas excelências esconder-se-ão por detrás da imunidade que está inerente ao exercício do poder político em Portugal.
A recente decisão do actual Ministério da Educação (ME) socialista em reprovar o modelo de ensino para o primeiro ciclo adoptado há poucos anos em Alfândega da Fé, ilustra de forma hilariante esta lamentável falta de rumo que o país atravessa e que parece ter-se instituído como grotesco fado.Na verdade, é difícil de compreender porque é que os serviços técnicos do Ministério da Educação do tempo de Durão Barroso consideraram como um exemplo nacional e de excepção o modelo adoptado em Alfândega da Fé, que integra desde o primeiro ano do básico disciplinas e actividades como o inglês, informática, música e educação física; e agora, passados três anos o Ministério da Educação do Governo de José Sócrates, vem a terreiro defender que este modelo pedagógico é inadequado ao ponto de reprovar em absoluto todo o conteúdo desse projecto educativo.
Este bipolar entendimento do que deve ser a Educação dos nossos filhos é no mínimo preocupante, porque na realidade há questões que não podem ser vistas ou analisadas em função de caprichos políticos, uma vez que é a formação da cidadania e do futuro que está em causa.
Como me poderão explicar a mim e a todos os comuns cidadãos eleitores deste país os motivos pelos quais o Governo Social Democrata de Durão Barroso considerou o modelo de Alfândega como de educação excepcional, e passados três escassos anos o Governo de José Sócrates o considera como inadequado ao ponto de o refutar e de com isso causar incompreensíveis transtornos no arranque do ano lectivo de 2005/2006?
A recente decisão do actual Ministro da Educação em chumbar o projecto educacional que desde alguns anos estava em curso nesta pacata vila nordestina merece uma explicação pública ministerial bem fundamentada tecnicamente, quanto mais não seja para garantir aos pais dos alunos de Alfândega que as suas crianças não são cobaias de projectos educacionais que se alteram ou impõem ao ritmo dos caprichos políticos de quem em determinada altura está no poder. Porque, como é fácil de depreender, a educação é um pilar de sustentabilidade social que não se compadece com o grau de banalidade que alguns emprestam ao exercício dos poderes públicos instituídos pela via democrática.














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