São burros senhores…São Burros...


Não é que os burros me causem admiração, há-os por aí aos montes, e alguns deles com a infeliz graça divina de serem bípedes.
Confesso que adoro a ternura sincera com que os burros verdedeiros olham as pessoas, e se outra razão não houvesse para gostar de burros, chegar-me-ia a doçura do seu olhar. Aliás, nunca percebi porque é que a alguns homens, quando despojados de inteligência, se costumam apelidar de burros. Deve ser um tremendo desconforto para o nosso amigo burro.
Toda a gente sabe que os burros não são desordeiros, não roubam ninguém e que não põem a pata no seu semelhante. O burro é burro e eu gosto deles, ponto final.
Mas confesso que não estou habituado a ver burros de quatro patas a passear na noite macedense, e sobretudo de uma forma tão descontraída, sem qualquer cabresto, nem humano a disparar chibatada.
Na noite de ontem, sabe-se lá porque razões pessoais dos burros, os bichos passeavam-se livres por Macedo, num grupo de três, número que apesar de não ser um ajuntamento, poderá constituir uma séria ameaça à ordem pública, pensarão certamente alguns dos seres também filhos de Deus.
Mas pelo que vi posso afiançar que não. Poderei mesmo ser arrolado como testemunha num futuro inquérito judicial, e vou exclamar a plenos pulmões que os meus amigos asininos se arrastavam calmamente, ordeiramente, civicamente, pelo passeio pedonal de uma artéria desta ilustre cidade. Achei aquilo digno de registo, tanto mais que a educação revelada por esses três animais, o seu civismo e a sua postura, constituía um modelar exemplo para muitos dos circunspectos cidadãos.
A visão foi por isso inesperada, ocasional e um pouco insólita. E como me faço acompanhar habitualmente da minha arma preferida, a DSC - R1 da Sonny, comecei a disparar o obturador, para que o facto pudesse figurar no meu banco de imagens pessoal.
Mas é precisamente aqui que começa o meu “crime social” . Ainda entretido com a recolha de uma boa imagem, sou interpelado por um agente da GNR local que me aborda de forma mal educada, começando por me insultar ( do tipo entre dentes: “és mais burro do que eles..”) , só pelo simples facto de eu estar a fotografar o acontecimento. Logo de seguida, e com a mesma postura pouco ortodoxa, o mesmo agente pareceu querer responsabilizar-me pelo facto de os meus amigos burros andarem a passear na rua de forma tão livre quanto a do vento:
- “ Em vez de estar a tirar fotografias devia ir buscar uma corda e prender os bichos”, atirou-me o agente da autoridade sem papas na língua, como se eu fosse o responsável mor de tamanha profanação do espaço público.
Mas não ficaram por aqui a interjeições do nosso agente! Também sem quaisquer escrúpulos e com um grau de ignorância e incompetência inaceitáveis em sujeitos que têm por obrigação maior o respeito pelo cidadão, que têm por obrigação maior um conhecimento mínimo dos conteúdos legais e que devem dar os maiores exemplos de civismo e cidadania, ameaça-me com o seguinte:
-“Você não sabe que não se podem tirar assim fotografias!!”. - Mas pode, retorqui-lhe eu. Pode porque estamos num país democrático e não num qualquer país teceiro mundista controlado por um ditador. (Esclareça-se aqui todos os leitores deste meu desabafo que não há nenhuma proibição para a recolha de imagens em espaços públicos no nosso país, que ainda concebo como democrático e livre, desde que essas imagens não exponham explicitamente pessoas, sem responsabilidades públicas, que não queiram ser expostas. Presumo também que os burros de ontem se estarão a borrifar pelo facto de eu recolher as suas imagens em grande plano!).
Bom, por acção de uma qualquer força inabitual em mim, sobretudo em assuntos ou questões relativas a atropelos da liberdade individual, consegui a calma necessária para não dar grande retorquimento a tal senhor, convidei o agente do Posto da GNR de Macedo de Cavaleiros a apreender-me a máquina fotográfica, coisa que não fez, e limite-me a dizer-lhe que se estivesse na presença de uma ou mais testemunhas seria o suficiente para lhe abrir um processo em tribunal pelo desrespeito com que me abordou, pelos insultos com que me brindou e, consequentemente, pelos danos morais causados à minha pessoa.
Por isso, a conversa ficou por aqui, arranquei com o meu carro e vim despejar a indignação neste texto, para que fique o testemunho e a denúncia de uma situação que não pode nem deve acontecer num estado de direito democrático.
Quando não confiarmos nas forças de segurança, vamos confiar em quem?
Confesso que adoro a ternura sincera com que os burros verdedeiros olham as pessoas, e se outra razão não houvesse para gostar de burros, chegar-me-ia a doçura do seu olhar. Aliás, nunca percebi porque é que a alguns homens, quando despojados de inteligência, se costumam apelidar de burros. Deve ser um tremendo desconforto para o nosso amigo burro.
Toda a gente sabe que os burros não são desordeiros, não roubam ninguém e que não põem a pata no seu semelhante. O burro é burro e eu gosto deles, ponto final.
Mas confesso que não estou habituado a ver burros de quatro patas a passear na noite macedense, e sobretudo de uma forma tão descontraída, sem qualquer cabresto, nem humano a disparar chibatada.
Na noite de ontem, sabe-se lá porque razões pessoais dos burros, os bichos passeavam-se livres por Macedo, num grupo de três, número que apesar de não ser um ajuntamento, poderá constituir uma séria ameaça à ordem pública, pensarão certamente alguns dos seres também filhos de Deus.
Mas pelo que vi posso afiançar que não. Poderei mesmo ser arrolado como testemunha num futuro inquérito judicial, e vou exclamar a plenos pulmões que os meus amigos asininos se arrastavam calmamente, ordeiramente, civicamente, pelo passeio pedonal de uma artéria desta ilustre cidade. Achei aquilo digno de registo, tanto mais que a educação revelada por esses três animais, o seu civismo e a sua postura, constituía um modelar exemplo para muitos dos circunspectos cidadãos.
A visão foi por isso inesperada, ocasional e um pouco insólita. E como me faço acompanhar habitualmente da minha arma preferida, a DSC - R1 da Sonny, comecei a disparar o obturador, para que o facto pudesse figurar no meu banco de imagens pessoal.
Mas é precisamente aqui que começa o meu “crime social” . Ainda entretido com a recolha de uma boa imagem, sou interpelado por um agente da GNR local que me aborda de forma mal educada, começando por me insultar ( do tipo entre dentes: “és mais burro do que eles..”) , só pelo simples facto de eu estar a fotografar o acontecimento. Logo de seguida, e com a mesma postura pouco ortodoxa, o mesmo agente pareceu querer responsabilizar-me pelo facto de os meus amigos burros andarem a passear na rua de forma tão livre quanto a do vento:
- “ Em vez de estar a tirar fotografias devia ir buscar uma corda e prender os bichos”, atirou-me o agente da autoridade sem papas na língua, como se eu fosse o responsável mor de tamanha profanação do espaço público.
Mas não ficaram por aqui a interjeições do nosso agente! Também sem quaisquer escrúpulos e com um grau de ignorância e incompetência inaceitáveis em sujeitos que têm por obrigação maior o respeito pelo cidadão, que têm por obrigação maior um conhecimento mínimo dos conteúdos legais e que devem dar os maiores exemplos de civismo e cidadania, ameaça-me com o seguinte:
-“Você não sabe que não se podem tirar assim fotografias!!”. - Mas pode, retorqui-lhe eu. Pode porque estamos num país democrático e não num qualquer país teceiro mundista controlado por um ditador. (Esclareça-se aqui todos os leitores deste meu desabafo que não há nenhuma proibição para a recolha de imagens em espaços públicos no nosso país, que ainda concebo como democrático e livre, desde que essas imagens não exponham explicitamente pessoas, sem responsabilidades públicas, que não queiram ser expostas. Presumo também que os burros de ontem se estarão a borrifar pelo facto de eu recolher as suas imagens em grande plano!).
Bom, por acção de uma qualquer força inabitual em mim, sobretudo em assuntos ou questões relativas a atropelos da liberdade individual, consegui a calma necessária para não dar grande retorquimento a tal senhor, convidei o agente do Posto da GNR de Macedo de Cavaleiros a apreender-me a máquina fotográfica, coisa que não fez, e limite-me a dizer-lhe que se estivesse na presença de uma ou mais testemunhas seria o suficiente para lhe abrir um processo em tribunal pelo desrespeito com que me abordou, pelos insultos com que me brindou e, consequentemente, pelos danos morais causados à minha pessoa.
Por isso, a conversa ficou por aqui, arranquei com o meu carro e vim despejar a indignação neste texto, para que fique o testemunho e a denúncia de uma situação que não pode nem deve acontecer num estado de direito democrático.
Quando não confiarmos nas forças de segurança, vamos confiar em quem?














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