O Tua é o mais belo rio que corre pela minha aldeia


Rio Tua- Veja o Vídeo |
Os rios formam as pessoas, assim mesmo, formam-nos desde criança com os sons, as lendas, os bichos e com os arvoredos que lhe adornam as margens. Quem sentir um rio, sente o significado minúsculo de uma parede de xisto, mas sente-a como a força gigante de um trabalho antigo que ali foi depositado para encanar a água até ao cubo do moinho ruinoso do Ti Alfredo.
Este sentir não é para todos, é apenas para aqueles que sempre cresceram com os rios e que deles lamberam nas margens milenares que o tempo escavou a água a escorrer por entre os dedos das mãos.
Um rio antigo convive com os deuses antigos. E quem sempre com um rio conviveu sente o real significado das religiões.
Um rio não tem explicação. Ou se sente, ou não se sente. E se me dizem que vão adulterar o Tua eu fico quieto e triste a senti-lo inteiro enquanto o tempo escorre entre o fraguedo para o matar na foz.
Não é preciso matemática nem argumentos da economia e da política para defender um rio, não são precisos argumentos da linguagem percentual. A beleza e a paisagem não se constroem num dia. E para mim este é o verdadeiro argumento.
E depois, como diz o poeta, um rio, um verdadeiro rio, um rio que se molda a si próprio “não faz pensar em nada. Quem está ao pé dele está só ao pé dele”.














Enviar um comentário